Bahia impulsiona educação científica com R$ 67,3 milhões em investimentos

Foto: Matheus Landim/GOVBA

Reconhecendo a importância da educação científica para o desenvolvimento social e econômico da Bahia, os governos estadual e federal anunciaram nesta segunda-feira (19), na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), um pacote de ações que somam R$ 67,3 milhões. O objetivo é popularizar a ciência nos territórios de identidade do estado.

Estiveram presentes no evento o governador Jerônimo Rodrigues e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, além de estudantes e pesquisadores.

Durante a cerimônia, foi sancionada a Lei PopCiência Bahia, que cria uma política permanente de fomento à ciência e inovação com foco na juventude. Coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), a lei estabelece diretrizes para ações como letramento científico, interiorização do conhecimento e inclusão de comunidades tradicionais, mulheres e pessoas com deficiência.

Também foi assinado o decreto que regulamenta o Projeto PopCiência Jovem, voltado à formação científica de estudantes da rede estadual. A iniciativa prevê eventos científicos em escolas, criação da Rede Bahia Faz Ciência e do coletivo Jovens Embaixadores Territoriais da Ciência, além do selo que reconhecerá escolas com boas práticas em ciência e combate às desigualdades.

Outro destaque foi o lançamento de edital para selecionar 400 professores para coordenar Clubes de Ciências em escolas públicas, com investimento de R$ 8 milhões. A ação é parte da Agenda Bahia Faz Ciência na Escola, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).

A estudante Sarah Cruz, do Cetep de Araci, destacou o impacto das ações em sua trajetória. “Minha vida como estudante mudou. Conheci a praia, viajei de avião, participei de eventos que antes pareciam impossíveis”, relatou.

Outro programa anunciado foi a Trilha de Inovação, que adaptará a metodologia do Parque Tecnológico da Bahia para o ambiente escolar, levando os alunos do conteúdo teórico à incubação de ideias, formação empreendedora e aceleração de projetos. A iniciativa conta com apoio do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Segundo o secretário André Joazeiro (Secti), “a proposta rompe com o modelo tradicional de ensino. Os estudantes não recebem apenas conteúdo, mas desafios reais para desenvolver soluções”.

A Secretaria da Educação (SEC) também foi autorizada a publicar edital unificado para oferta de 225 vagas de mestrado profissional voltadas a coordenadores pedagógicos da rede estadual.

A Bahia será ainda beneficiada pela chamada pública do programa federal Mais Ciência na Escola, com a implantação de 180 laboratórios maker em escolas e mais de 1.800 bolsas de iniciação científica. A ação inclui formações docentes, feiras, olimpíadas e participação de cientistas em sala de aula.

Instituições como a Fiocruz e o IFBA serão responsáveis pela implementação dos laboratórios. Também foram assinados termos de cooperação com universidades baianas no âmbito do edital Identidade Brasil, da Finep, voltado à preservação de acervos científicos e culturais.

Além disso, foi oficializado um acordo entre o MCTI e o Governo do Estado para integrar políticas como o PopCiência, o Mais Ciência na Escola e o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial.

Encerrando a programação, foi lançada na Bahia a Caravana da Ciência, ação nacional que celebra os 40 anos do MCTI e levará oficinas, informações e apoio a pesquisadores em todo o país.

A secretária Rowenna Britto (SEC) celebrou a escolha do estado para o lançamento: “Isso reflete o protagonismo da Bahia na área da ciência, tecnologia e inovação”.