Bahia avança em projeto de cultivo de tâmaras no semiárido
Cooperação com Emirados Árabes prevê investimento de US$ 4 milhões e transferência de tecnologia

A Bahia deu um passo importante para diversificar sua produção agrícola. A Secretaria da Agricultura (Seagri) e a Agência de Defesa Agropecuária (Adab) fecharam cooperação com a Fundação Zayed e a Al Foah Company, dos Emirados Árabes Unidos. O objetivo é implantar um projeto de cultivo de tâmaras no semiárido baiano, com investimento previsto de US$ 4 milhões ao longo de cinco anos.
O plano inclui plantio inicial de 10 mil mudas, transferência de tecnologia, capacitação de agricultores e assistência técnica especializada. A formalização do acordo deve ocorrer durante a COP 30, em novembro, em Belém (PA).
O secretário da Agricultura, Pablo Barrozo, destacou o potencial econômico da iniciativa. “A expectativa é que a Bahia se torne um novo polo produtor de tâmaras, gerando emprego, renda e desenvolvimento regional”, afirmou.
Primeiras mudas já chegaram
Em julho, a Bahia recebeu as primeiras 100 mudas de tamareiras, de 12 variedades diferentes, doadas pelos Emirados. Após quarentena no Cenargen/Embrapa, em Brasília, as plantas foram liberadas pela Adab.
O diretor-geral da Adab, Paulo Sérgio Menezes, ressaltou a atenção com a segurança fitossanitária. Segundo ele, estudos indicam que a tamareira se adapta bem ao clima quente e seco, com irrigação controlada.
Mercado em crescimento
A tamareira pode produzir de 4 a 6 anos após o plantio, rendendo até 70 kg de frutos por planta anualmente. O Brasil importou mais de 4,3 mil toneladas de tâmaras em 2024, um aumento superior a 450% em uma década, segundo o Mapa.
A demanda crescente abre espaço para produção nacional, reduzindo importações e fortalecendo a economia do semiárido.
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