Cuidados com a pele negra ganham espaço na dermatologia brasileira

Profissionais defendem mais formação acadêmica e produtos adaptados às especificidades da pele negra, que é maioria no Brasil.

Notícias
Cuidados com a pele negra ganham espaço na dermatologia brasileira
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasi

O médico Thales de Oliveira Rios conviveu desde a adolescência com oleosidade, acne e manchas. Após tratamentos frustrados, encontrou resultados ao buscar um dermatologista especializado em pele negra.

“Com os produtos certos e tratamento adequado, em poucos meses tudo mudou. Melhorou bastante”, contou.


Diagnóstico exige olhar diferenciado

O colega que conduziu o tratamento foi o dermatologista Cauê Cedar, chefe do Ambulatório de Pele Negra do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Ele destaca que muitos médicos não são treinados para identificar lesões em peles negras e pardas, já que os materiais acadêmicos privilegiam peles claras.

“A pele negra tem mais tendência a manchas, a queloides e exige cuidados específicos com cabelos crespos e cacheados. Tudo isso precisa de treinamento adequado”, explicou.


Indústria começa a se adaptar

Segundo Cedar, até mesmo os protetores solares eram inadequados: deixavam a pele negra acinzentada ou não tinham tonalidades compatíveis. Isso dificultava a adesão. Hoje, porém, a indústria já oferece produtos desenvolvidos para diferentes tons de pele.


Avanços no meio acadêmico

Em 2025, o Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia incluiu pela primeira vez uma atividade dedicada à pele negra. Além disso, a regional do Rio de Janeiro criou o Departamento de Pele Étnica, coordenado por Cedar.

Para a presidente da entidade, Regina Schechtman, o passo foi essencial:

“Qualquer médico deve acrescentar esse conhecimento à prática. Até a dermatoscopia varia conforme o tom da pele, e os profissionais precisam interpretar corretamente.”


Saúde e autoestima

Especialistas ressaltam que doenças de pele afetam diretamente a autoestima e podem trazer riscos sérios, como o câncer de pele, que também atinge pessoas negras.

“Apesar do risco ser maior em peles claras, isso não significa que pessoas negras não precisem de proteção contra os danos da radiação ultravioleta”, alertou Schechtman.

Fonte: Agência Brasil

Confira as últimas notícias

Comentários:

Ao enviar esse comentário você concorda com nossa Política de Privacidade.

Favicon Só na Bahia
Resumo das Políticas

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.