Ensino integral transforma realidade de estudantes em Salvador
Com estrutura ampliada e apoio emocional, escola pública oferece formação completa e dá protagonismo aos alunos na rotina escolar

Estudantes de Salvador vivem uma nova experiência com o ensino integral em escolas públicas. Um exemplo é o Colégio Estadual Pedro Paulo Marques e Marques, que oferece jornada ampliada, acolhimento emocional e atividades além do currículo tradicional.
Segundo a Agência Brasil, a unidade é pioneira no novo modelo da rede estadual baiana. O colégio oferece aulas de música, esportes, apoio psicológico e espaços voltados para neurodivergentes, com estrutura moderna e contraturno ativo.
“Aqui os alunos têm voz, são protagonistas”, destaca a diretora Liliane Fonseca. Os próprios estudantes apresentaram a escola aos visitantes durante uma visita guiada.
Infraestrutura e acolhimento
A escola possui quadras, piscina, laboratórios e sala de fisioterapia. Há também uma sala com apoio psicológico, fundamental em momentos de luto ou crises pessoais, como relatou uma aluna.
Estudantes com necessidades específicas recebem atenção personalizada e orientação prática em outra sala exclusiva, no contraturno.
Protagonismo estudantil
Livy Vitória, de 16 anos, cursa técnico em Áudio e Vídeo e participa da agência de notícias estudantil. “É uma vivência real na área que quero atuar”, afirma.
A Bahia oferece ensino integral em 53,8% das escolas estaduais, acima da média nacional. No entanto, 20,9% das matrículas são em tempo integral, ainda abaixo da média do país.
Política pública e apoio técnico
O modelo integra o Programa Escola em Tempo Integral, do governo federal, com parceria do Instituto Natura para apoio técnico. A prioridade da Bahia tem sido a melhoria da qualidade do ensino, segundo a gerente do instituto, Iara Viana.
“A escola passou a ocupar um espaço antes preenchido pelas famílias. Precisamos de mais tempo para organizar e formar o aluno”, explica Viana.
Com apoio técnico, o foco é personalizar soluções. Enquanto outros estados buscam ampliar matrículas ou manter alunos, a Bahia investe em recomposição de aprendizagem.
O estado obteve 3,7 no Ideb de 2023 para o ensino médio, abaixo da média nacional, de 4,1.
Impacto social
Estudo do Instituto Natura aponta que um aumento de 10% nas matrículas em tempo integral gera crescimento médio de 3% nos empregos formais.
O impacto é ainda maior entre pretos, pardos e indígenas, chegando a 4,5% contra 1,5% para brancos e amarelos.
Além disso, cada mil jovens matriculados nesse modelo representa 114 adolescentes grávidas a menos, 737 mulheres a mais no ensino superior e 529 mulheres a mais no mercado de trabalho.
Fonte: Agência Brasil
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