Entre Vinhedos e Histórias: Uma jornada por Morro do Chapéu

Descobrindo sabores, paisagens e personagens na serra baiana que respira vinho e cultura

Entre Vinhedos e Histórias: Uma jornada por Morro do Chapéu

Texto e fotos: Wilton Matos

Com o desejo de conhecer a produção de vinhos em Morro do Chapéu, parti de Salvador rumo ao interior da Bahia, ansioso por descobertas. Durante os dias que passei nessa cidade encantadora, tive o privilégio de ser guiado por Jaime D’Oliveira, sommelier internacional que escolheu Morro do Chapéu como lar há alguns anos. Existe companhia melhor para visitar vinícolas do que alguém que entende como poucos do assunto na Bahia? Jaime foi um anfitrião exemplar.

Apesar do friozinho de 19 graus, nossa primeira conversa aconteceu numa praça da cidade. Já passava das 22h e, mesmo assim, o clima de tranquilidade e segurança era evidente. Conversamos longamente sobre a produção de vinhos na região, e como ainda era “cedo”, seguimos para a Green House Concept, um espaço super acolhedor. Ali, Bruno — um jacobinense radicado em Morro — nos recebeu como velhos amigos. Em sua loja, encontramos de tudo um pouco: charutos, roupas, artes e boa música. Um ambiente que é um reflexo da alma acolhedora da cidade.

Na sexta-feira, começamos pela feira local. Um ambiente limpo, organizado e cheio de feirantes simpáticos. Fizemos uma pausa estratégica para um café reforçado com cuscuz e ensopado de carneiro na Cantina da Suzana — uma simpatia de pessoa e talentosa na cozinha.

Depois, seguimos para a Vinícola Reconvexo, onde fomos calorosamente recebidos por Jamille, sommelier e gerente do local. Conheci os vinhedos, a área de vinificação, a adega… e, claro, participei de uma deliciosa degustação ao lado de Jaime e Ada e do casal Ivan e Fran. O fim da tarde foi coroado por um pôr do sol inesquecível na casa de Jaime, ao lado de sua esposa e do filho Lucas. Com o vento constante e a temperatura em torno dos 16 graus, o coração seguia aquecido pela boa conversa e, naturalmente, por algumas taças de vinho.

O sábado foi dedicado a duas vinícolas. Começamos pela Vinícola Vaz, a maior da região. Fomos guiados por Ana Clara, que nos mostrou os vinhedos, as variedades de uvas, a produção e os espaços aconchegantes pensados para receber os visitantes — tudo harmonizado com os excelentes rótulos da casa.

À tarde, seguimos para onde tudo começou: a Vinícola Santa Maria. Lá, batemos um longo papo com Laura, que nos contou a história do lugar, entrelaçada com a de sua família e da própria cidade. Além da degustação, recomendo fortemente os licores de gengibre e chocolate — uma verdadeira experiência sensorial.

No domingo, a primeira parada foi uma surpresa: a Charcutaria Sabor Latino, onde Maciel Aguiar, capixaba de alma apaixonada por sabores, nos levou por todos os ambientes da produção, incluindo a área do famoso jamón — um pernil curado artesanalmente, que passa por um longo e cuidadoso processo até chegar à mesa. Uma verdadeira aula!

Depois, visitamos a Vinícola Sertania, onde Emille nos recebeu com entusiasmo. Mostrou cada detalhe: dos vinhedos aos rótulos, da adega aos espaços pensados para o acolhimento dos visitantes. Foi um momento descontraído, com direito à companhia de um grupo em clima de celebração à vida.

Mas o domingo ainda guardava mais. Após decidirmos visitar a histórica Vila do Ventura, fizemos uma parada no Doce Sertão para um caldo de cana. O lugar é muito mais do que parece: Fabiana Batista nos recebeu com afeto e contou a bela história de sua família e sua ligação com Morro do Chapéu e a Chapada Diamantina. Conhecemos também o Residencial Doce Sertão, um recanto de paz às margens do Rio Ferro Doido.

Passamos por Angelim e, descendo por uma estrada de barro, chegamos à bucólica e surpreendente Vila do Ventura. Restam poucas casas do que já foi um próspero centro comercial de diamantes, mas a experiência de estar ali, cercado por beleza e serenidade, é única.

Na segunda-feira, foi hora de arrumar a mochila e voltar. Mas o coração já carregava a vontade de retornar.

Fica aqui meu agradecimento especial a Jaime D’Oliveira, não só pelas portas que abriu em Morro do Chapéu, mas também pela companhia e pelas valiosas lições sobre o fascinante mundo dos vinhos.

E para quem quiser conhecê-lo e ouvir diretamente suas histórias e conhecimentos, fica o convite: participe do workshop que ele vai conduzir no Bahia Vinho Show, no dia 07/06, no Vila Galé, em Salvador.

Aguarde que vamos mostrar em vídeo tudo o que vivenciamos em Morro do Chapéu.

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