Exposição “Fragmentos de Memória” dá rosto a pessoas escravizadas com uso de IA

Mostra da Fundação Pedro Calmon propõe reparação simbólica e integra a programação do Novembro Negro no Shopping da Bahia

Bahia
Exposição “Fragmentos de Memória” dá rosto a pessoas escravizadas com uso de IA
Foto: Fernando Barbosa/Ipac

A Fundação Pedro Calmon (FPC), vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), inaugurou nesta quinta-feira (6) a exposição “Fragmentos de Memória”, no segundo piso do Shopping da Bahia. A mostra integra a programação do Novembro Negro do Governo do Estado.

Com 40 retratos gerados por Inteligência Artificial a partir de documentos históricos — como cartas de alforria, registros de compra e venda e títulos de residência —, a exposição propõe uma reparação simbólica: dar rosto e voz às pessoas escravizadas e libertas na Bahia Colonial e Imperial.

O projeto faz parte do programa Resgate Ancestral, que une história, arte e tecnologia para ressignificar a memória do povo negro e reforçar a importância da preservação histórica.


Emoção e reconhecimento durante a abertura

Durante a inauguração, autoridades, pesquisadores, artistas e visitantes se emocionaram ao ver os rostos reconstruídos a partir de registros oficiais. Cada retrato representa uma história de resistência, fruto de um processo de pesquisa arquivística, digitalização e modelagem visual desenvolvido pelo Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB).

O secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, destacou a importância da iniciativa:

“Isso é um resgate importantíssimo que nos faz conhecer mais da nossa história e da nossa formação. Especialmente em Salvador, o estado mais negro do Brasil, o lugar mais negro fora da África.”

O diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, Sandro Magalhães, ressaltou o caráter inovador e educativo do projeto:

“Fragmentos da Memória reflete a importância dos nossos pesquisadores e mostra como a tecnologia, quando bem utilizada, pode gerar resultados sociais, culturais e educacionais de grande relevância.”


Arte, tecnologia e ancestralidade

A exposição apresenta ainda o projeto “As Vozes do Fragmento”, no qual personalidades negras brasileiras interpretam monólogos poéticos inspirados nos registros históricos, transformando documentos em relatos humanos e emocionais.

Assinada pelo diretor do APEB, Jorge X, e coordenada por Adalton Silva, a mostra convida o público a refletir sobre o passado escravista e a importância de honrar as memórias fragmentadas por quase quatro séculos de escravidão.

“Essa reconstrução cria uma conexão visual com os personagens negros da nossa história e nossos ancestrais”, destacou Daniel Soto, visitante da exposição.


Parcerias e acesso gratuito

O projeto conta com o ateliê Memória & Arte, coordenado pela Dra. Vanilda Salignac de Sousa Mazzoni, e com a colaboração de Geovane Gomes Co (“Bombyeck”), do Fórum dos Estudantes Guineenses em São Francisco do Conde.

A exposição também tem apoio do Shopping da Bahia, Instituto Íris e Empresa Gráfica da Bahia (EGBA).


Serviço

O quê: Exposição Fragmentos de Memória
Quando: Até 30 de novembro de 2025
Onde: Shopping da Bahia – 2º piso (próximo ao acesso ao metrô)
Entrada: Gratuita

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