Casos de febre oropouche disparam no Brasil

Espírito Santo lidera registros da doença; pesquisadores e gestores estudam estratégias de controle

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Casos de febre oropouche disparam no Brasil
Conselho Federal de Farmácia/Divulgação

Por Agência Brasil

A febre oropouche, antes restrita à Região Amazônica, se espalhou pelo Brasil e preocupa gestores de saúde. Em 2024, o país já soma 11.805 casos confirmados em 18 estados e no Distrito Federal. Cinco mortes foram registradas, com mais duas em investigação.

O estado com mais casos é o Espírito Santo, com 6.318 registros. Até 2023, a doença era rara fora da Amazônia. A rápida disseminação, segundo pesquisadores, está relacionada à expansão do mosquito transmissor e a mudanças climáticas e ambientais.

A febre oropouche é causada por um vírus transmitido pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Os sintomas são semelhantes aos da dengue e chikungunya: febre, dores de cabeça, musculares e nas articulações. Casos em gestantes podem causar microcefalia, malformações ou óbito fetal.

Espírito Santo em alerta

No Espírito Santo, o subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, afirma que o perfil periurbano dos municípios e a presença de plantações favoreceram a proliferação do mosquito. A colheita do café, com trabalhadores migrando entre cidades, também ajudou a espalhar o vírus.

A Secretaria de Saúde estadual capacita equipes para reconhecer a doença e diferenciá-la de outras arboviroses, como dengue e zika.

Doença também avança no Nordeste

O Ceará é um dos estados nordestinos mais afetados. Já são 674 casos em 2024. Segundo o secretário executivo de Vigilância em Saúde, Antonio Lima Neto, a febre surgiu em zonas rurais e, este ano, chegou à cidade de Baturité.

O estado investe em diagnóstico clínico e laboratorial, com atenção especial às gestantes. Uma morte fetal foi registrada. “A prevenção é um desafio, pois o maruim exige controle ambiental mais complexo que o Aedes aegypti”, explica Lima Neto.

Por que o vírus se espalhou?

De acordo com Felipe Naveca, da Fiocruz, o surto está relacionado a uma nova linhagem do vírus, surgida no Amazonas, que se espalhou a partir de áreas desmatadas no Norte. Ele também destaca o impacto das chuvas e eventos extremos, como o El Niño, que influenciam diretamente na população do vetor.

Estudo internacional apontou que mudanças climáticas contribuíram com 60% da disseminação do vírus em seis países sul-americanos.

Ações do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde reforçou o monitoramento dos casos e orienta estados sobre notificação, investigação e encerramento adequado. Em parceria com Fiocruz e Embrapa, estuda o uso de inseticidas específicos para controle do maruim. Os resultados iniciais são promissores.

A pasta recomenda medidas preventivas, como:

  • Uso de roupas compridas e sapatos fechados
  • Instalação de telas finas nas janelas
  • Eliminação de matéria orgânica acumulada
  • Uso de preservativos por pacientes sintomáticos

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