Justiça condena BHP
Tribunal de Londres responsabiliza empresa por rompimento da barragem de Mariana.

A mineradora inglesa BHP foi condenada nesta sexta-feira (14) pelo Tribunal Superior de Justiça de Londres. A decisão responsabiliza a empresa pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais. A BHP é acionista da Samarco, responsável pelo desastre ambiental. O valor da indenização ainda não foi divulgado.
Segundo a sentença, o risco de colapso da estrutura era previsível. O documento destaca sinais claros de rejeitos saturados, infiltrações e fissuras. A Justiça concluiu que foi imprudente elevar a barragem sem uma análise adequada de estabilidade.
O relatório afirma que um teste técnico teria identificado falhas de segurança. Para os magistrados, era “inconcebível” autorizar a elevação da barragem naquelas condições. A decisão também aponta que o colapso poderia ter sido evitado.
Em nota, a BHP informou que recorrerá. A empresa disse manter o compromisso com o processo de reparação no Brasil e com o Novo Acordo do Rio Doce. A mineradora afirmou ter destinado cerca de R$ 70 bilhões a moradores da Bacia do Rio Doce e a entidades públicas. Mais de 610 mil pessoas receberam indenização.
A empresa destacou que acordos firmados no Brasil foram validados pela corte inglesa, o que deve reduzir o tamanho da ação no Reino Unido. A BHP afirmou ainda que considera as medidas adotadas no país como o meio mais eficaz para reparar os danos.
Uma nova audiência está marcada para o primeiro semestre de 2027. Nela será definida a multa que a BHP deverá pagar. A etapa final, prevista para 2028, estabelecerá as indenizações individuais.
Dez anos da tragédia
A tragédia completou dez anos em 5 de outubro. O rompimento da Barragem de Fundão liberou toneladas de rejeitos de mineração. Os resíduos contaminaram rios, destruíram comunidades e mataram 19 pessoas.
Fonte: Agência Brasil




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