Lula critica Câmara por derrubar MP que taxava super-ricos

Presidente afirma que decisão prejudica justiça tributária e enfraquece programas sociais. MP previa arrecadação de até R$ 20,8 bilhões.

Notícias
Lula critica Câmara por derrubar MP que taxava super-ricos
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente, na noite desta quarta-feira (8), a decisão da Câmara dos Deputados de retirar de pauta a Medida Provisória (MP) 1303/2025. A proposta previa a taxação de rendimentos de aplicações financeiras, fundos de investimentos e apostas esportivas.

Com a retirada, a MP perdeu validade. O texto caducou por não ser votado dentro do prazo legal.

Em publicação nas redes sociais, Lula afirmou que a medida corrigiria distorções no sistema tributário ao cobrar mais dos mais ricos.

“A decisão da Câmara de derrubar a medida provisória que corrigia injustiças no sistema tributário não é uma derrota imposta ao governo, mas ao povo brasileiro”, escreveu o presidente.

Segundo ele, a derrubada da MP foi motivada por interesses políticos contrários aos programas sociais.

“É jogar contra o Brasil. Apostam na queda da arrecadação para limitar políticas públicas que beneficiam milhões de brasileiros”, completou.

Medida previa arrecadar R$ 20,8 bilhões

A MP 1303/2025 era considerada essencial para o equilíbrio fiscal em 2026. Estimava-se que ela poderia gerar até R$ 20,8 bilhões em arrecadação e reduzir mais de R$ 10 bilhões em despesas.

O texto tratava da taxação de diversos ativos, como:

  • Fundos exclusivos de investimento;
  • Ativos virtuais e operações em bolsa;
  • Empréstimos de ativos e ganhos de investidores estrangeiros;
  • Bets regularizadas, com alíquota entre 12% e 18%;
  • LCI, LCA e LCD, com alíquota de 5%.

Mesmo com acordos costurados pelo relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), para excluir parte das taxações, a proposta não avançou.

Câmara rejeitou votação por 251 votos a 193

O pedido para retirar a MP da pauta foi aprovado por 251 deputados. Outros 193 votaram contra. A maioria favorável foi composta por partidos da oposição e do centrão.

Antes da votação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou o apelo ao Congresso para aprovar o texto. Segundo ele, o governo manteve o diálogo e fez concessões.

Governo critica “defesa de privilégios”

A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), também criticou o resultado. Para ela, o Congresso cedeu à pressão de setores que se recusam a pagar impostos.

“Hoje ficou claro que a pequena parcela muito rica do país não admite que seus privilégios sejam tocados”, declarou.

Segundo Gleisi, a votação mostrou resistência à construção de um sistema mais justo.

Fonte: Agência Brasil

Confira as últimas notícias

Comentários:

Ao enviar esse comentário você concorda com nossa Política de Privacidade.

Favicon Só na Bahia
Resumo das Políticas

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.