PF mira lavagem bilionária em operações Quasar e Tank
Ações simultâneas combatem crimes na cadeia de combustíveis e bloqueiam mais de R$ 2 bilhões em bens de investigados

A Polícia Federal, com apoio da Receita Federal, deflagrou nesta quinta-feira (28) as operações Quasar e Tank, com alvos em vários estados. As ações combatem esquemas de lavagem de dinheiro ligados à cadeia produtiva de combustíveis.
Segundo a PF, os crimes investigados envolvem transações fraudulentas e uso de fundos de investimento para ocultar patrimônio ilícito, com indícios de ligação com facções criminosas.
Operação Quasar: Esquema financeiro sofisticado
Na operação Quasar, a PF cumpre 12 mandados de busca e apreensão no estado de São Paulo, incluindo a capital, Campinas e Ribeirão Preto.
As investigações revelaram um esquema de lavagem de dinheiro por meio de compras e vendas simuladas de ativos, como imóveis e títulos. As empresas envolvidas pertencem ao mesmo grupo, e as transações não tinham finalidade econômica real.
Esse modelo dificultava identificar os verdadeiros beneficiários e tinha como objetivo blindar o patrimônio dos envolvidos e esconder a origem ilícita dos recursos.
A Justiça Federal determinou:
- Sequestro de fundos de investimento
- Bloqueio de bens e valores até R$ 1,2 bilhão
- Quebra de sigilos bancário e fiscal de pessoas físicas e jurídicas
Operação Tank: Rede lavou R$ 600 milhões desde 2019
Simultaneamente, a Operação Tank investiga uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no Paraná. O grupo atuava desde 2019 e teria lavado ao menos R$ 600 milhões, movimentando R$ 23 bilhões por meio de centenas de empresas.
A rede incluía postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.
Entre os métodos usados estavam:
- Depósitos fracionados com valor acima de R$ 594 milhões
- Uso de laranjas
- Transações cruzadas
- Fraudes contábeis
- Repasses sem lastro fiscal
- Simulação de compra de bens e serviços
As investigações também identificaram fraudes na venda de combustíveis, como gasolina adulterada e a prática da bomba baixa, quando o volume abastecido é menor do que o indicado na bomba. Pelo menos 46 postos em Curitiba estariam envolvidos.
Foram cumpridos:
- 14 mandados de prisão
- 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro
- Bloqueio de bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando mais de R$ 1 bilhão em ativos
Fonte: Agência Brasil
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